Resumo As lajes mistas, também chamadas de lajes com fôrma de aço incorporada e popularmente como steel deck®, apresentam desenvolvimento relativamente recente no Brasil e têm ganhado espaço na construção civil. Existem poucas pesquisas sobre os efeitos diferidos no tempo em lajes mistas e têm-se identificado que estes podem ser significativos na evolução das flechas, sobretudo devido aos efeitos da retração não-uniforme. No entanto, não há referências nacionais e a ABNT NBR 8800:2008 não indica qualquer consideração de análise estrutural na sua avaliação. O presente trabalho apresenta um estudo sobre esse estado limite de serviço, com aplicação e comparação de duas abordagens de avaliação simplificadas: Eurocode 4:2004 e AS/NZS 2327:2017, comparando-as ainda com resultados experimentais dos autores e da literatura. Reforça-se que devido à impermeabilidade da face inferior promovida pela fôrma de aço, a ocorrência da retração não-uniforme é um aspecto relevante. Como resultado, a previsão das flechas foi subestimada no modelo Eurocode 4, quando comparado com a abordagem da AS/NZS 2327. Os resultados mostram que a abordagem simplificada da AS/NZS 2327, que leva em conta explicitamente a ocorrência da retração não-uniforme, apresentou boa acurácia quando comparada com os valores experimentais. Dessa forma, indica-se o uso de modelos de previsão mais robustos na avaliação das flechas desse sistema de pisos.
Abstract Steel-concrete composite slabs, also known as steel decking floor slabs or popularly as steel decks® have recent development and are advancing in Brazilian construction. There are relatively few researches about the long-term effects on composite slabs, and it has been identified that they can be significant in the evolution of deflections, mainly due to the effects of non-uniform shrinkage. However, there are no Brazilian references on the subject and Brazilian Code ABNT NBR 8800:2008 does not indicate any procedure for its evaluation. This paper presents a study on the serviceability limit state of excessive deflection with the application of two simplified approaches: Eurocode 4:2004 (European code) and AS/NZS 2327:2017 (Australian code), also comparing them against experimental results by the authors and literature. Due to the impermeability of the soffit face promoted by the steel decking, the occurrence of non-uniform shrinkage is a relevant aspect. As a consequence, the deflections were underestimated by Eurocode 4. At the same time, the simplified approach of AS/NZS 2327, which explicitly takes into account the non-uniform shrinkage, presented good accuracy when compared to the experimental values. Finally, authors indicate the use of more robust prediction models for the evaluation of deflections in composite floors.